ANIMAIS EM ENTINÇÃO

ANIMAIS EM EXTINÇÃO

Os poetas não têm sexo

Não têm cor...

Não têm religião...

Não fazem da vida um anexo...

Antídoto indolor para todo cristão.

Os poetas não têm hábitos... Têm manias

Não têm paradeiro... É de todo lugar.

Não duelam para te honrar.

Aos ignorantes não têm serventias.

Em versos cálidos

São... Solilóquios a tresnoitar.

Seu paladar tem todos os gostos

Olhos com dentes...

Faces sem rostos...

Corpos atraentes...

Sensibilidade sem debilidade...

Os sentimentos são-lhes... Doces tormentos.

É de tudo um pouco do pouco

E em sua instituição, asilam-se emoções

Cultivam flores em pedras...

Golfam águas de solos desérticos...

Não são profetas, mas, enxergam o que muitos não vêem.

Não se louvam e nem se fartam com matéria

Sua miséria é não viver a poesia

Num mundo de heresia.

Os poetas não mais existem

Mas ainda vivem... Resistem

São seres de outro plano... Pleno

Rimam versos assimétricos

Versam obras primas sem rimas.

Ébrios sem álcool...

Condenam à extinção... Toda discriminação

A forma disforme... É-lhe uniforme.

Poetas e poetisas

Aninha-se em todos os ninhos

Em ventos sem brisas

E num mar de passarinhos.

São egoístas sem egoísmos

Perfeccionistas sem egocentrismos

Rosas sem espinhos...

Pétalas sem flor...

Em todos os seus caminhos... Há amor.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 22/08/2011
Código do texto: T3175875
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