Os seus olhos escutam minha poesia.

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Ah, para ! Não me enxerga? Não sente meu mau cheiro ?

Olhe seu retorvisor. Estou logo atrás. Sem mais, nem mas. Estou atrás.

Minha poesia não te faz pensar, ela te faz pulsar. Se borrar.

Olhe pra cima, nas marquizes pichadas. Olhe as matas, as árvores arrancadas.

Ah, eu heim ! Vai dizer que não me sente ? Nada ? Nem repugnância ?

Quando estou lá, de frente pra câmera. Te criticando, com meu ' novo português' ?

Ah de vocês...

Estou no sinal, estou no senado, estou solto, estou guardado, estou em todos os lados.

Minha poesia é simples, ela não te faz refletir sentado, ela te faz correr, ultrapassar ' pardais'

A poesia eu escrevo sem a educação que me negou.

Mas a poesia é sua, você quem fez ! Minhas mãos estavam erguidas

você me dava dura. A poesia você que criou, com a minha assinatura.

Você não me deu horizonte, me deixou na penumbra

hoje diz que não me enxerga e morre de medo

e eu feito um vampiro social, sugo sua coragem

e vivo da rua escura ! !