O PRECONCEITO
Eri Paiva
O preconceito é um modo de julgar,
Sem querer, da verdade, se dá conta.
Deita-se, na aparência, o nosso olhar
E sobre ela a imaginação se monta.
O resultado é sempre uma distorção
Pois o real não é nunca a aparência.
O real está oculto, enquanto essência,
Só ela é a verdade de uma situação!
O preconceito é um juízo apressado,
Não logra conhecer, outras experiências.
Quanto mais o preconceito é vivenciado
Mais discrimina e produz indiferenças!
O preconceituoso vê um fato isolado
E já generaliza aquela situação:
Se um senhor deputado foi desonesto
Para ele os políticos todos, o são...
No trânsito, a mulher se desgovernou,
Bateu com o carro e chegou a se ferir,
Ora, o preconceituoso logo sentenciou
Que mulher nenhuma sabe dirigir...
De igual modo, todo negro é mentiroso,
Todo menino pobre de rua é ladrão,
Também o homem é safado, não presta,
Rico só o é, quem vive de enganação...
Preconceito é julgamento de valor mortal
Escondendo terríveis contradições!
Penaliza todo o universo ou classe social.
Ao tomar de refém, uma de suas frações...
Para fazer valer o seu julgamento,
Preconceituosos não levam em consideração
Que homens dão batidas, mulheres traem,
Brancos mentem, pobres fazem enganações.
Independente de gênero, posição ou raça,
Todos são dignos de consideração e respeito!
Tudo, nesta nossa vida, um dia passa,
Não o que semeamos com nosso preconceito.
NATAL/RN – Em 10. 06. 2011