CICATRIZES

Declaro que fui senhor e possuidor de um escravo

De nome José Crioulo

Negro forte e valente como touro bravo

Valeu cada grama de ouro!

A sua força eu soube explorar

Até não mais aguentar

E num canto da senzala a implorar

A todos os santos para a vida lhe tirar!

Homem-coisa é o que foi!

Objeto de troca do homem branco

Açoitado vezes ao dia no maldito tronco

Confinado como se fosse boi!

Vendido por alguns contos de reis

Mercadoria nobre dos coronéis

Décadas de sofrimento

A lei Aurea pôs fim nesse tormento!

Cicatrizes marcadas no corpo viril

Assim era a vida do negro no Brasil!

http://pmacaosolidaria.blogspot.com

Di Freitas
Enviado por Di Freitas em 19/05/2011
Reeditado em 20/05/2011
Código do texto: T2980620