Humanidade
Está um calor degradante
Algumas pessoas difusas, confusas
No seu vagar lento dentro invento
Outras estão sentadas observando
Observam um sorteio sorteado
De não perdidos e nem achados
Prêmios de um certo acaso
Tapesaria persa, sapatos franceses
Flores dentro de um vaso
Dito números impossíveis
Uns sete, oito, três
Associando letras gregas
Tudo assim por assim de uma vez
Ganhadores de todas as formas
Formatos assim dizendo geométricos
Triangulares, circulares, quadrado
Poucos chegavam de lado
E assim se ia indo num percurso
Percurso este que era só rodinhas
Que não saia da extrema esquerda
Às vezes variava para a direita.
Pessoas de caras serenas, de rostos cansados
De faces felizes e semblantes declinados
Procuravam o que fazer, o que crer
Um pouco do que ver, um pouco no que se viver.
Diversão alheia e à parte
Não necessita de cartão de crédito
Tampouco algo voltado para o débito
Sorrisos desavisados, despreocupados
Não há entrada para pagar
É só sentar, relaxar, apreciar
Um show irá começar, recomeçar.
E assim se faz arte.
Nus gestos preditos, infindos
No quere dizer
Sejam bem-vindos.