MORTO-VIVO
Um cinzeiro;
Um cigarro;
A fumaça;
Um copo;
A bebida;
O balcão;
Um bar;
E um rosto vazio
De quem tem o copo na mão...
Um rosto que exprime a tristeza.
De uma trágica história de amor.
Que na vida reprime a beleza
Prefere exibir sua dor...
O cigarro, o seu único amigo.
A bebida, sua única afeição.
O bar, seu eterno abrigo.
A dor, sua única emoção...
Um rosto, sem nome, sem vida.
É apenas ninguém, sem valor.
Porque só valoriza a bebida
Que destrói que corrói sua dor...
Os seus sonhos já estão afogados
E a dor, ele teima em beber
Para ver seu amor naufragado
Só assim, ele sabe viver...
Quantos rostos sem nome no mundo
Vão seguindo um caminho fatal
Destruídos no Eu mais profundo.
Pelo álcool inimigo mortal...