Penas da terra
Eu vi a terra chorando eu vi
Choramingando
E era um choro tão seco
Vergava e rasgava
Abria o ventre e sei que doía
O rasgo, o fardo
A dor do abandono
Além do além do maltrato
Era o ventre rasgado
Da mãe
Que acolhia
De onde colhia
De onde escorria as águas dos risos
Nos guizos da vida de tanta euforia
E agora eu vi a secura
Da agrura
Vertendo apenas somente as penas
Sementes plantadas do uso e abuso
Da mãe
Que já sem a seiva
Se faz
Mudança de beira de rio
Fogueira do mal
Implante, desplante do homem
Afinal