GANGORRA
GANGORRA
Na Praça Santo Antônio
Tinha um parque
Naquele parque havia uma gangorra
Na gangorra crianças ricas e pobres
Possuíam o mesmo peso e medida
Em se tratando de lógica social.
Fisicamente verbalizando
Viam-se empobrecidos levantando nutridos
Também nutridos elevando raquíticos.
Nenhum pai retorcendo o nariz.
Se lado A pesa mais do que lado B
O B busca peso do lado A.
Do centro da brincadeira o equilíbrio
E entre classes uma sonata em dó maior.
Da gangorra que a vida sempre impõe
O que se vê todas as horas todos os dias
É o tirar peso do pobre para o rico
Quer nos impostos
Quer no salário
Ou no emprego...
No entanto
Governo entra
Governo sai.
Mil promessas
Nas remessas
Dos palanques.
Mas o peso do humilde
Chorando estanque.
E do rico sorrindo
Em tom excelso.