LENÇO BRANCO PARA O RIO DE JANEIRO

LENÇO BRANCO PARA O RIO DE JANEIRO

Eu gostaria de escrever um poema

Que revelasse o sentimento por que passam

Aqueles que perderam parentes

Nos deslizamentos no Rio de Janeiro.

Eu correria o planeta inteiro

Para trazer a segurança

Neste momento perdida

Entre tantos desabrigados.

Eu empenharia todos os meus sonhos

Para publicar uma poesia

Que no final de cada verso

Um lenço branco se agitasse

Com a frase em vermelho:

Sofrimento como esse – nunca mais!

Se eu fosse Deus e não poeta

Para plano de vida tipo Terra

Jogava por terra o livre-arbítrio

O homem inda vibra no animalesco.

Se eu pudesse entrar na mente de cada um

E tivesse a capacidade de convencer

Mostraria que as adversidades do dia a dia

Nós mesmos a atraímos com nossa forma de pensar.

Assim, eu não ouviria:

- quando você sairá daqui?

- não vou sair! Sair para onde?

Ele esperava que dos escombros,

Bombeiros tirassem a amada mãe.

Não sou Deus nem governante

Meu poema é um lenço branco:

Somos donos de nosso destino

Com a prática constante do Bem

Elevar-nos-emos em Amor

E certo é o Paraíso.