LEIS E PRECONCEITOS
Falar de violência
Anda me trazendo indignação
Pois bem sei que a sentença
Não serve nem como lição
As leis e seus preconceitos
A meus olhos tão omissos
Perdem, ao impor tantos direitos
Aos que nem deveriam estar vivos
Ao tratar a barbaridade
Com tamanha inanição
Fazem cair na banalidade
O teor da condenação
Assim negam real justiça
Ao que de fato é merecido
Na falsa premissa
Que poderá ser esquecido
Como na pedofilia, em ser doença
Se for, todos sabem que não tem cura
E a ela, a cabida sentença
Deveria ser muito mais dura
Seja quando o inocente agredido
Voltar a ser criança
Ou não lhe for mais sofrido
Nenhum traço de lembrança
Como pagar por uma vida tirada?
Ou por atos de crueldade?
Se aos que sofrem a amarga
Ficará a eternidade
Se o ato criminoso é desumano
Perdem-se ai tais direitos
Só assim não cairia em engano
A justiça e seus conceitos
Como pode um condenado
Pagar por uma aberração
Se vai voltar ao mercado
Quando sair da prisão
Toda agressão sexual
Revela no homem, o animal
Assim seria mais que legal
Que o crime fosse tratado como tal
Já que a vítima carregará
Esse fardo por toda vida
Sabendo que a justiça se encarregará
De manter sua lembrança viva
Como uma ação merecida
Troféu da criminalidade
Hoje tão convicta
Do poder da impunidade
Até mesmo a juventude
Abusa de forma descarada
Esnobando em atitude
Já que estão todos de mãos atadas
Hoje, o delinqüente intocável
Se vêm como um grande herói
Amanha, criminoso implacável
Pela justiça que a si destrói
E os inocentes, trabalhadores
Não passam de gado confinado
Esperando os predadores
Escolher o próximo prato
Para alguns crimes a sentença
São férias prolongadas
Mostrando que essa tal justiça
Não passa de uma grande piada