TURBULÊNCIA

A terra treme

Objetos pulam

Pessoas em sobressaltos

Madames comprando

Bolsas e sapatos

Pares em mais de dez

Esquecendo que possuem

Apenas dois pés

A terra clama

Ao fim da opulência

Quem tudo quer ter

Nada tem se engana

Tragicamente perceptível

A fragilidade humana

Turbulência

Desespero

Luta

sobrevivência

Sem direção

Arma na mão

Defesa

Quem pedras atiraria

Para quem já perdeu tudo

Já não tem soberania

Como indigentes sem cidadania

Todos olham perplexos

A quem antes nunca lançara um olhar

Que não fosse de indiferença

Entre mortos e feridos

Sobra indignação

Em forma de ajuda

Invasão

Prepotência

Dominação