REVANCHE (Comente)

Eu queria ver o sol nascendo outra vez

Não morrer aos dezesseis

Gostaria de ter uma revanche

Ser criança como as outras,

Brincar de pique esconder.

Ter uma família estruturada

Não um pai louco por álcool,

Nem uma mãe drogada.

Ter alguém de fato para me espelhar

Mas nessa trilha do inferno

Não consigo enxergar.

Dói de mais você nunca vai saber

O que não ter nem o que comer.

Batizo na saliva esse último instante

Agora o meu mundo me parece mais gigante.

Tudo agora me sobra

Pivete enlouquecido com um litro de cola.

Lembro de tudo que já passei

Não quero morrer aos dezesseis.

A vida me trouxe clandestino

O fim nesse inferno foi meu destino.

Se Deus existe, nem sei mais.

Dessa vez não foi capaz,

De amenizar tamanho tormento

Amansar a ira do que me corrói por dentro.

Tudo vem, tudo vai.

Sou mais um, e para o Estado isso tanto faz.

A blindagem da esperança não deu certo

Tudo esta ficando cinza,

Quero ficar alerta,

Uma mão quente me segura me aperta.

Não dá tempo mais,

Fui mais um vitima dessa guerra.

Marcos Marcelo Lírio
Enviado por Marcos Marcelo Lírio em 27/10/2009
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T1890733