ALÉM DOS VERSOS (Comente)

POEMA VIRTUAL

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ALÉM DOS VERSOS

A mente renuncia

A carne desacata

A mente teme

A carne avança

O medo aflora

A loucura devora

Os corpos se rendem

Na última hora.

Ninguém se arrepende

Do todo prazer

Adoçando a memória

Tentando entender.

Se carne foi mais forte

Ninguém há de saber.

EXILIO

Trincheiras de palavras vazias

Guerras de mentes ausentes

Flagelo imitando alegria

Terror de um mundo doente

Teu beijo mal saturado

Tortura a química entre a gente.

Tantas bênçãos amaldiçoadas

Exilou-se ente nós.

LABIRINTO

Perdemos a intimidade

Ao Intimidar-mos o tempo

Sossegamos nossa coragem

ao abraçar o medo.

Hoje nossa história se faz arcaica

Na mente e no coração.

NADA TENHO

O que olham teus olhos

Nos meus levo desencanto

Quem me dera ser assim,

Com filho louco de um anjo.

Para nas tardes tristes

Exalar o perfume cáustico das lembranças.

ARQUEÓLOGO

No fundo, bem no fundo da alma

Sinto-me raso de alegria.

ESCAMBO

Troco minha eternidade

Por alguns de teus segundos.

Troco seu medo por minha loucura

Troco sua repulsa por minha fissura

Troco sua doença por minha cura

Troco seu natal por meu carnaval

Troco meu bem por seu mal

Troco sua tristeza por minha alegria

Troco meu adeus por sua chegada

Daqui para frente não troco mais nada...

DOIS TEMPOS

Demoli-me por dentro

Ao edificar a solidão

Varri com os olhos

A mortalha fatal do tempo.

Marcos Marcelo Lírio
Enviado por Marcos Marcelo Lírio em 22/10/2009
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T1880996