JARDIM DE HORRORES (Comente)

VERSO CEGO

Não há cura nesse verso

Para as dores mal curadas.

São versos febris

Versos de puro cárcere.

Versos que aprisionam

O medo dos otimistas.

Versos que açoitam

A alma e a carne.

ALCOÓLATRA

O copo vazio

A sede naufraga

Meu vicio insiste

O corpo é quem paga.

A boca saliva

A memória resgata

Que vacilo é o vicio

É ele quem mata.

DUAS DOSES

Me duas doses de sua atenção

Não vou tomar seu tempo

Até porque ando de ressaca dele.

Estou bêbado de felicidade

Por cair na sarjeta da real

MARGINAL

O aço na carne

Dinheiro na mão

A vida interrompida

Por alguns tostões.

BALA PERDIDA

Mascou o calibre da vida

Depois do tiro certeiro

Por fim sobraram os alvos e despedidas.

NOITE VAZIAS

Bebo insônias

Velo meus sonhos

Acordo meus roncos

Deixo meus pensamentos sonâmbulos.

REINO DOS HOMENS

Meu Deus!

O que mesmo procuro

Esse reino é tão escuro

Que até tu se pos a esquecê-lo.

JARDIM DE HORRORES

Cansei de plantar duvidas maciça

Sobre esse jardim de horrores,

Cansei de Regar o concreto

Com lágrimas perpétuas.

Só haverá uma chance

A da revanche negada.

FUGINDO DO CONTROLE

Bom dia...

Os jornais anunciam

As mentes publicam

Os olhos relêem

A culpa comenta

A omissão arquiva.

Marcos Marcelo Lírio
Enviado por Marcos Marcelo Lírio em 22/10/2009
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T1880982