JARDIM DE HORRORES (Comente)
VERSO CEGO
Não há cura nesse verso
Para as dores mal curadas.
São versos febris
Versos de puro cárcere.
Versos que aprisionam
O medo dos otimistas.
Versos que açoitam
A alma e a carne.
ALCOÓLATRA
O copo vazio
A sede naufraga
Meu vicio insiste
O corpo é quem paga.
A boca saliva
A memória resgata
Que vacilo é o vicio
É ele quem mata.
DUAS DOSES
Me duas doses de sua atenção
Não vou tomar seu tempo
Até porque ando de ressaca dele.
Estou bêbado de felicidade
Por cair na sarjeta da real
MARGINAL
O aço na carne
Dinheiro na mão
A vida interrompida
Por alguns tostões.
BALA PERDIDA
Mascou o calibre da vida
Depois do tiro certeiro
Por fim sobraram os alvos e despedidas.
NOITE VAZIAS
Bebo insônias
Velo meus sonhos
Acordo meus roncos
Deixo meus pensamentos sonâmbulos.
REINO DOS HOMENS
Meu Deus!
O que mesmo procuro
Esse reino é tão escuro
Que até tu se pos a esquecê-lo.
JARDIM DE HORRORES
Cansei de plantar duvidas maciça
Sobre esse jardim de horrores,
Cansei de Regar o concreto
Com lágrimas perpétuas.
Só haverá uma chance
A da revanche negada.
FUGINDO DO CONTROLE
Bom dia...
Os jornais anunciam
As mentes publicam
Os olhos relêem
A culpa comenta
A omissão arquiva.