CONTRA TODOS (Comente)

LIMITE

Um elogio ao louco

Um beijo no morto

Um soco no olho do ar

Um banho nas nunvens.

Um campo inimigo a cultivar

Sou filho parido de mim

E antes de ser um porra louca

existia um útero solitário.

Mas, agora sou um otário

faminto pelo desconhecido

enbriagado pelo acaso

e enganado por tantos destinos embrutecidos.

DANÇANDO COM O DEMÔNIO

Decapitei teu nome entre os dentes

Flores ungidas de formol nao trazem vida

Afoguei a última saudade na saliva

Estou aprendento a sonhar com cores vivas.

Já nao danço descompassadamente

Ainda que a distorçao do abandono marque o ritmo da vida.

CIDADE DE LUZ

Horizontes de concreto

lágrimas de monóxido de carbono

Solidao virtual

Antenas de babel

motores de gente

presépios de mendigos

A cidade de luz ilumina seus filhos.

O HOMEM X DEUS

Que haja luz

e o homem criou as trevas

Que haja água

E o homem fez o fogo

Que haja expansao entre as águas

E o Homem criou a propriedade privada

Que haja frutos

E o homem inventou o lucro

Que haja harmonia na natureza

E o homem criou os pesticidas

Que haja paz

E o homem criou as guerras

Que haja amor

E o homem criou a vaidade.

Algo incompleto

faltava ainda inventar deuses

e assim matá-los

UM DELES

Werther de Goethe

Ilitch de Tolstoi

Limite coagulado

Alma que se destrói

Sou como eles, triste e trágico

Quase humano, quase menos

quase mais.

PONTEIRO

Marca meu cansaço

às horas de oxigênio perdida

Marca meus átomos vadios

que se deterioram a qualquer hora

Marca minhas risadas despidas

Marca meu pavor evaporado nas latrinas

Marca meu tédio nas esquinas

Salivas desdentadas adubando rimas

Marca, marcadamente essa marca

estampada no remendo de minha calma

Marca os soluços frenéticos

dessa frágil cavidade esquelética

Marca o que nasce

Marca o que zera

Marca minha sombra

em algum raio luminoso de quase treva

Marca, marcadamente o que a mente quase leva.

Marcos Marcelo Lírio
Enviado por Marcos Marcelo Lírio em 11/10/2009
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T1860946