Mausoléus
Enrolado
no jornal
dorme
ao relento
Escola
medalhas,
catedral...
Procura em sonhos
alívio, alento
Há cura
para o seu mal?
Uma família
um mestre
um guia
um mentor
Seja o que for
apenas queria
abrigo
amparo
amor
Fria neblina
beija o rosto sujo
do puro anjo
Aliciado
maculado
indefinido
banido...
Oculto?
O exército dos excluídos
parece invisível
mas não é
Mariazinhas
Josés...
Livres de regras
leves de fome
escravos
do descaso
Comem o pão
envenenado
da corrupção
Bandidos travestidos
de políticos
líderes
empresários...
Desviam
fundos
fraudam
furtam!
Dedos imundos
latentes
propagam
a corrente
do mal
Perpetuam
a violência
as doenças da pobreza
a desigualdade social
Artífices da miséria,
saqueadores da nação!
Que um raio
lhes parta
o coração!
E jorrem
os cifrões
o ouro
a prata...
Opacos
sujos
espúrios!
E jorrem
o sangue
anêmico
e a carne magra
que vocês comeram!
E jorrem
os ossos frágeis
que vocês roeram!
E jorrem
as lágrimas
amargas
que vocês beberam!
Na falta
da Segurança
do Médico
do Alimento
da Habitação
do Saneamento
da Educação!
Vermes
engravatados
Soberbos
e
ínfimos!
Mergulhem
todos os dias
na podridão
de vossos
suntuosos
mausoléus
onde o choro
e o ranger de dentes
ecoam...
ecoam...
Impunemente!