Migração

Se o verde forrasse
o meu sertão
eu não sairia de lá

O peito segue
pesado
Não sei o que
vou encontrar

Deixo o chão
enrugado
onde outrora
meu avô se criou

Mãos calejadas
talhadas de força
e coragem
em minha estrada
a esperança
semeou

Cabra da peste
no vento agreste
quantas vezes
imaginou
a terra prometida...

Agora filhos e netos
em solo estranho
e hostil...
Vislumbram
oportunidades mil

Não raro,
explorados
discriminados

O espírito de luta
é redobrado!

Grande cidade
Retrato fiel
do cruel abismo...

Miséria
Fartura

Heroísmo!

Isabel Campos
Enviado por Isabel Campos em 04/05/2009
Reeditado em 04/05/2010
Código do texto: T1574833
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