A despedida da Terra

Se a fumaça da cabeça quente atrapalha a visão

como neblina,

chove as lágrimas finas

da terra e se faz uma alma enorme e sem razão

O sangue é o barro misturado à água no chão

e essa vida,

não mais do que vivida,

é seca como a serra, o inverno em um vulcão

Chove, move a tempestade;

Molha o chão, embaça a visão;

Corre, que a vida na verdade

é aquela que não vive, não!

Se as montanhas são os calos de machucado,

eis nossa terra,

aquela triste esfera,

mal tratada por certos interesses idealizados

Certa de que não há em si o cuidado,

vive a guerra

enquanto o filho erra

de coloca-la em tão vão e vil estado

Morre, lindas árvores, ao léu;

Vê no planeta do grande inferno;

Se o globo inteiro queima em féu,

a alma vira o limite do eterno

Chore, cachoeira, arrasada;

Reze para alguma solução.

Antes da humanidade ser assada

por sua inocente paixão.

E se o chão treme em buracos de ferida,

Eis a nossa terra

Clamando sua despedida.

JHM
Enviado por JHM em 18/04/2009
Código do texto: T1546272