A despedida da Terra
Se a fumaça da cabeça quente atrapalha a visão
como neblina,
chove as lágrimas finas
da terra e se faz uma alma enorme e sem razão
O sangue é o barro misturado à água no chão
e essa vida,
não mais do que vivida,
é seca como a serra, o inverno em um vulcão
Chove, move a tempestade;
Molha o chão, embaça a visão;
Corre, que a vida na verdade
é aquela que não vive, não!
Se as montanhas são os calos de machucado,
eis nossa terra,
aquela triste esfera,
mal tratada por certos interesses idealizados
Certa de que não há em si o cuidado,
vive a guerra
enquanto o filho erra
de coloca-la em tão vão e vil estado
Morre, lindas árvores, ao léu;
Vê no planeta do grande inferno;
Se o globo inteiro queima em féu,
a alma vira o limite do eterno
Chore, cachoeira, arrasada;
Reze para alguma solução.
Antes da humanidade ser assada
por sua inocente paixão.
E se o chão treme em buracos de ferida,
Eis a nossa terra
Clamando sua despedida.