Naufrago
Embaraçou as pernas, cambaleou como se segurasse a ultima garrafa de rum.
Era um naufrago da vida.
Sentado a beira do caminho. Um ninguém para os transeuntes.
Era a inveja de Fernando Pessoa;
O vazo com vida nova aos olhos de Drummond;
O desgraçado poeta de Manuel Cavalcanti.
Um pai desconhecido;
Um filho perdido;
Um irmão distante.
Era outrossim nosso descaso;
Era da vida o acaso;
Aos olhos sórdidos, baixo.
Aos olhos baixo, sórdido.
De experiência sortido;
Mas sem valor, sem nenhum valor.
À beira do meio fio, em trapos.
Humanos em farrapos.