Naufrago

Embaraçou as pernas, cambaleou como se segurasse a ultima garrafa de rum.

Era um naufrago da vida.

Sentado a beira do caminho. Um ninguém para os transeuntes.

Era a inveja de Fernando Pessoa;

O vazo com vida nova aos olhos de Drummond;

O desgraçado poeta de Manuel Cavalcanti.

Um pai desconhecido;

Um filho perdido;

Um irmão distante.

Era outrossim nosso descaso;

Era da vida o acaso;

Aos olhos sórdidos, baixo.

Aos olhos baixo, sórdido.

De experiência sortido;

Mas sem valor, sem nenhum valor.

À beira do meio fio, em trapos.

Humanos em farrapos.

Edson Duarte
Enviado por Edson Duarte em 15/03/2009
Reeditado em 15/03/2009
Código do texto: T1487748
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