Nos olhos do menino
Moldaram a guerra nos olhos do menino
Secaram-lhe as faces e os sorrisos
Trocaram-lhe os braços, as mãos, os dedos
Por armas, próteses e túmulos fixos.
O giz das escolas são balas, granadas
Que estilhaçam quadros, ardósias, brochuras
A areia escreve-se com medalhas de sangue
Ao toque das bombas nas profunduras.
Jardins são de fogo, minas e caixões
Do tamanho da brancura da inocência
E em cada cruz se enterram canções
Calando o grito, a dor e a consciência…