A Realidade do Medo
Sento-me no meu sofá para assistir televisão,
Estou cansado, foi um dia enfandonho, acabei de voltar do trabalho,
Aperto os botões dos canais, coloco num noticiário, o melhor do horário,
Mas percebo que, como de costume, esta sendo expôsto a violência, o crime, a destruição.
Na Europa existe uma revolução social,
Jovens franceses lutam para terem o primeiro emprego,
Por esse motivo, queimam veículos, casas, atitudes de grande efeito,
Tais coisas que há dez anos atrás seria um absurdo, algo anormal.
Tenho medo do futuro... O que será que se esconde nele?
Certamente mais intolerâncias, mais discórdias, mais guerras,
Mais opressões, mais explorações, mais pobrezas, mais sem-terras,
E indago-me: Aonde foi parar a paz, o entendimento, o amor? Aonde?
No Oriente Médio o sangue escorre pelos desertos...
A religião é motivo de discórdia entre os povos,
Mata-se pela fé, pelos desígnios, pelos princípios,
Aqui um judeu morre, mais adiante um palestino,
Aqui um homem bomba explode, lá vinte são punidos,
Ódio de um lado e retaliação do outro.
É evidente que eu não poderia deixar de falar dos norte-americanos....
Os representantes do nosso continente, do nosso "civilizado" ocidente,
Apoderam-se do petróleo, das terras, das vidas das pessoas do oriente,
Dando um péssimo exemplo esses bárbaros normandos, invasores insanos,
Não sabem onde se meteram, com quem de fato estão lidando,
Lá é outro universo, são outras condutas, são outros valores,
Eles não podem mudar as suas línguas, sua fé, suas vestes, suas cores.
George Busch na presidência, Schawznegger no governo da Califórnia,
Não acredito que estou contemplando essa triste história,
Mas já que eles foram eleitos pelo povo, pela democracia,
Resigno-me e aceito essa absurda hierarquia.
E o Brasil? Ah... o nosso país...
Quisera eu que estivesse em melhor situação,
Pelo menos me acalmaria, limparia a minha visão,
Mas não, infelizmente, isso não esta acontecendo,
Pelo contrário, Brasília, terra dos políticos, esta escurecendo,
Pelas mentiras, pelos desvios de dinheiro, pelas decepções,
Eis o antro das degradações, eis a casa das desilusões.
Não aguento mais essa sujeira, desligarei a televisão!
Chega de podridão, de hipocrisia, de alienação!
As notícias repetem-se, as novelas repetem-se,
Prefiro ir domir, sei que os meus sonhos são melhores,
Lá não existe espaço para a roubalheira, nem tampouco promiscuidade,
São na verdade sonhos bons e isentos de qualquer censura de idade,
Cheios de amor, de entendimento e de solidariedade.
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