CARIDADE
Velhinha, devagarinho,
passo lerdo, à minha frente.
Mão nervuda, em leque, mágica,
no meu nariz, de repente.
Sem bocejo nem legenda,
sem pedido nem perdão,
sem tempo para conter-me
a pressa, minha omissão.
Sigo rua afora, sisudo,
imponente como um rei,
vil, qual quem ficou devendo
conta que não paguei.
Fort., 02/12/2008