O contraste da nação no coração
Na pele um semblante escuro
Liso, suave e negro
Ainda temos os que andam nus
Pardos, com rostos pintados
Amarelos de olhos puxados
Homens de olhos fechados
Negros, pela escravidão machucados.
Moram no gelo,
Nas ocas ou no medo
Em prédios vulgares
Gente, povo, vidas
De vários lugares.
Somos mulatos da pele branca
Com a alma de índio que encanta
Tenho um irmão de cada cor
Um mundo, uma nação precisando de amor.
Seios de uma só terra
Nascemos e morremos em guerra
Existia o conceito
Hoje só vemos o preconceito.
Japonês, Índio ou pagão
Que seja da pele clara
Ou que andam nus de pés no chão.
Sou preto ou azul
Se venho do norte ou do sul
Somos todos centro, certos e sorte
Irmãos de alma, de amor, até a morte.
[1º Lugar no 3º Sarau Poético da E.E.Odilon Leite Ferraz (Todas Raças! Todas as Cores...)]