Contas de gente

Hoje só trago em mim um barco imenso;

Um vazio

Por saber que a outros consola o escasso;

Um fio

Que torna a saudade meada infinda;

Um frio

Que arrasto nos pés em desalinho,

Um pavio

Aceso de nós grudados no ventre,

Um estio

Carente de curas, em expoente…

Amanhã, serei a força do mar denso

Um rio

Arrastão da foz para o levante espaço

Um pio

Agudo da súplica mais desavinda

Um desvio

Pela razão do querer rompendo o ninho

Um anúncio:

Sopro novo revolta em povo crente

Um prenúncio:

Males, noves fora nada, contas de gente…