Cidade da Dor
Aonde irás meu lívido sonho,
Nos becos medonhos das ruas de concreto,
Onde se erguem entes tristonhos,
Lágrimas que habitam em olhos discretos.
Nesses lugares se vão homens,
E tanto sangue se vê derramado,
Do instinto elevado,
Padecem tantos nomes.
Nas encruzilhadas das cidades grandes,
Se apequenam almas,
Se apedrejam vidas,
Sempre se perde a calma,
Tantas vidas são subtraídas.
Vidas de imensurável valor,
Corpos derrotados ao chão,
A Deus seres sem louvor,
Se aniquilam com armas na mão.
Sem respeito ao próprio irmão,
Hoje se perde a razão,
E na periferia o ser indignado,
Cresce e vê exaltado,
O nome drogas e prostituição.
Porque faltam escolas,
Mas tem-se políticos de votos na mão,
Que só têm esmolas,
Seres imundos da corrupção.
Nas metrópoles imperam o Brasil tirano,
Do capitalismo insano,
De homens aniquilados,
De seres mundanos,
Do sangue derramado.
Dessa realidade de dor,
Perdemos nossa paz,
Até sonharmos atrás,
De um pouco de amor.