Grito de indignação 1 (terra de ninguém)
Neste mundo, não há quem tenha idéia
de como somos pobres de coração;
e que, de belo, há apenas o que nos convém.
Como lobos em uma alcatéia,
uivando por erros que temos em comum;
talvez não passemos de um bando de gêmeos de zé-ninguém.
Nossas ideologias foram roubadas,
agora a lei gira em torno do "vil metal";
sendo o "ter" sinônimo maior de "ser alguém".
Capitalistas são nossas mentes manipuladas
pelos políticos e meios de comunicação,
que das barreiras da alienação não podem ir além.
Das capitais às terras mais distantes,
somos fantoches dentro dessa peça
onde milhões morrem na prosperidade de uns cem.
Somos anões (mal) travestidos de gigantes,
perdidos nas pernas-de-pau que usamos a cada passo,
cada vez mais alienados, distantes, cada vez mais aquém.
Onde estão os "salvadores" da nossa nação?
Decerto nos shoppings, percorrendo filas,
dando o lucro maior à esta podridão que daqui advem.
Ou então posando sorrisos na próxima eleição,
ocultando seus podres com promessas e histórias,
na sua negra contribuição à esta terra de ninguém.