Cidades Sem Pátria

Tiros que gorjeiam

rasantes

à procura

de donos servis.

Fuzis ao caminho

da guerra

cotidiana

pátria desalmada

que de teus filhos

dizima

em seriados seriais

eletrônicos reais.

Ruas que serpenteiam

um jogo

de quedar-se inerte

na calçada da fama

dos mortais

recém-mortos

em tuas margens plácidas

de outrora.

Fugir à luta

retumbante

salve, salve,

criatura.

E o sol da liberdade

em raios cancros

cingem de vermelho

o céu da cidade

em instantâneos

eternos

congelados.

Fogem teus filhos

da luta que não escolhemos

pra nós.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 28/07/2008
Reeditado em 20/04/2009
Código do texto: T1101225
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