Mãos Mutiladas
Atrevida candura
Que alucina a alma
Revestida de rima
Caminhante ao acaso
Suntuosa criatura
Deslizante pela madrugada
Grita sangrando
Com as mãos mutiladas
Matem, matem a poetisa!
Sua poesia é denunciadora
É serva da Verdade
Arauto da justiça
Matem a poetisa!
Despida na rua
Com trajes indecentes
Adornada com suas jóias
Espanto dos transeuntes
Pasmo dos mentirosos
Incrédulos a ridicularizam
Oh, foi descortinada a cilada.
O véu que os encobria
Foi jogado ao chão
Onde esconderão vossa falta?
Oh sim, matem a poetisa!!
Mas quem de vós conseguirá
O poema exterminar?
Sim, vocês fogem
Enquanto ela vai
chorando a vossa sorte
punindo o homem
Fazendo revoltas
Removendo os resíduos do teu pecado
Do mundo que grita
Que gira em sua mente
Tu a dizes que ela está louca
Acusa-a por dizer a verdade
Oh sim, o mundo é uma cadeia
de grades sordidas e invisíveis
Mas ela não desiste
Fala ao coração contrito
Sussura bonança ao inocente sofredor
Espalha luz ao que agoniza
na porta do governador
Sim, mateis a poetisa
mas eternamente sentireis
As gotas do sangue.
Em cada sentença de seu verso