Costume
Me acostumei a estar em minha companhia
A gostar de rir comigo e de mim
De sentir a paz do silêncio
Da calma da alma
Me acostumei com a não turbulência
Das expectativas frustradas
Das presenças não recebidas
Das entregas dilaceradas
Das dependências superadas
Estar em si
Na inteireza do ser
E pleno
E mágico
E requer um grande caminho percorrer
Mas depois de percorrido
Se fica mais seletivo
Em quem se escolhe pra caminhar ao lado
Não e qualquer frase bonita
Ou promessa furada
Que convence
A quem andou de pés nus
Entre espinhos e buracos
Quem aprendeu a se servir banquetes
Não se encantará com migalhas
De afetos ou atenção
Quem aprendeu a estar na própria companhia
Não dedicará seu tempo e atenção
A quem não os mereça ou valorize
A auto estima e autoconfiança
Sao as melhores aliadas
Na grande travessia da vida
Ana Lu Portes 17 de novembro 2024