Primeiro Blues
quando desacompanhado venho
a andar na multidão
sinto frio o coração ardente
fosse inverno no verão
lanço olhares na janela
descarrilho a emoção
e do trem, estupefato
antevejo a estação
da mulher a quem me dei sem medo
resta a canção
e do desgarrado filho
trago a gaita e o violão
sei que tenho só você agora
nesse imenso mundo cão
amanheço fraco sigo adiante
numa insana desrrazão
da mulher a quem me dei sem medo
resta a canção
e do desgarrado filho
trago a gaita e o violão
tenho medo de ti, solidão
(não) tenho medo de ti, solidão
*
- grato pela parceria na letra e melodia,
Zé Carlos Freire, que guardou o poema no caderno por 23 anos.
o ano era 2001, na Praça da Bandeira, SP.