Primeiro Blues

quando desacompanhado venho

a andar na multidão

sinto frio o coração ardente

fosse inverno no verão

lanço olhares na janela

descarrilho a emoção

e do trem, estupefato

antevejo a estação

da mulher a quem me dei sem medo

resta a canção

e do desgarrado filho

trago a gaita e o violão

sei que tenho só você agora

nesse imenso mundo cão

amanheço fraco sigo adiante

numa insana desrrazão

da mulher a quem me dei sem medo

resta a canção

e do desgarrado filho

trago a gaita e o violão

tenho medo de ti, solidão

(não) tenho medo de ti, solidão

*

- grato pela parceria na letra e melodia,

Zé Carlos Freire, que guardou o poema no caderno por 23 anos.

o ano era 2001, na Praça da Bandeira, SP.

Cleyton Borges (Crônicas no Rascunho) e José Carlos Freire
Enviado por Cleyton Borges (Crônicas no Rascunho) em 16/11/2024
Reeditado em 16/11/2024
Código do texto: T8198115
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