GRITO
Em meio à crise,
Onde a guerra interna se intensifica
Ao ponto de qualquer falha de comunicação
Explodir, abalando as estruturas de qualquer ambiente,
Permaneço a observar,
Sem me deixar envolver no tórrido alicerce corroído da sociedade,
Desvinculada de valores,
Valores que se perderam no tempo de uma aparente evolução.
Os professores, esqueceram de ensinar,
Cansados de combater uma infância sem freio,
Vítimas de famílias desestruturadas
Por uma avalanche de educação sem vigilância.
Dentro de cabeças pensantes,
Há um desentendimento,
Acúmulo de cobranças internas e externas.
Pessoas sem tempo, tentando se alinhar para que sobre
Tempo.
O desgaste é o que fica evidente e aflora quando tocado.
O que está acontecendo?
Sou da última geração que viu família ser família,
As crianças brincando pelas ruas,
Infantis,
Crianças sendo crianças.
O respeito pelos mais velhos era a base de um futuro brilhante,
O compromisso era sagrado, e, ai de nós, se não cumpríssemos.
Dávamos a mão à palmatória,
E hoje, dou um tapa nesta sociedade superficial.
Lembro dos imensos rascunhos que fazia,
E não me era negada a capacidade de pensar…
Estão fazendo robôs,
E perdendo humanos.
Lá se vai esta sociedade,
Com o caos instalado,
Na cidade, a violência e a falta de humanidade.
Agora, só me restam lembranças,
De um tempo que já se foi,
E que talvez nunca mais volte.