Somos todos iguais
O caminho que seguimos é o mesmo,
Todos vamos cruzar a mesma ponte,
Somos um bando de sem-teto
E o destino de todos nós é um só.
Mas, porque então, tanta diferença!
Por que uns acreditam ser mais que outros!
Estes retalhos não são para cobrir tuas vergonhas?
Que vergonha faz usar um retalho qualquer!
A tua morada protege do sol e da chuva?
A tua cama permite o descanso necessário?
Lembra-te que são coisas provisórias,
Nada a ti pertence, são coisas temporárias.
Não te iludes com o tamanho do mundo
Tu podes até desbravá-lo por inteiro,
Mas contenta-te com a parte que te cabes.
A terra não nos pertence, somos parte dela.
Somos levados a crer que somos importantes,
Mas o importante mesmo é como vivemos a vida!
Se tu és famoso ou anônimo, pouco importa.
Isso não quer dizer nada, ao fim das contas.
Uns se acham donos do mundo...
Outros acham que não o pertence.
Em ambos os casos estão certos.
Duvidoso é o modo como cada um vive.
Somos tão diferentes andando na rua,
Somos tão iguais quando paramos de andar,
Cruzaremos a mesma ponte, até o destino
E o destino de cada um é um somente.
Entre desvalidos, ricos e contentes
O destino de cada um é um mesmo, só.
Sete palmos do latifúndio reservado,
Onde a existência de todos vira pó.
Pedro Barros.