Somos todos iguais

O caminho que seguimos é o mesmo,

Todos vamos cruzar a mesma ponte,

Somos um bando de sem-teto

E o destino de todos nós é um só.

Mas, porque então, tanta diferença!

Por que uns acreditam ser mais que outros!

Estes retalhos não são para cobrir tuas vergonhas?

Que vergonha faz usar um retalho qualquer!

A tua morada protege do sol e da chuva?

A tua cama permite o descanso necessário?

Lembra-te que são coisas provisórias,

Nada a ti pertence, são coisas temporárias.

Não te iludes com o tamanho do mundo

Tu podes até desbravá-lo por inteiro,

Mas contenta-te com a parte que te cabes.

A terra não nos pertence, somos parte dela.

Somos levados a crer que somos importantes,

Mas o importante mesmo é como vivemos a vida!

Se tu és famoso ou anônimo, pouco importa.

Isso não quer dizer nada, ao fim das contas.

Uns se acham donos do mundo...

Outros acham que não o pertence.

Em ambos os casos estão certos.

Duvidoso é o modo como cada um vive.

Somos tão diferentes andando na rua,

Somos tão iguais quando paramos de andar,

Cruzaremos a mesma ponte, até o destino

E o destino de cada um é um somente.

Entre desvalidos, ricos e contentes

O destino de cada um é um mesmo, só.

Sete palmos do latifúndio reservado,

Onde a existência de todos vira pó.

Pedro Barros.

Barros Nasimento
Enviado por Barros Nasimento em 22/08/2024
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