COTIDIANAMENTE INFELIZ
Estava apressada com o dia
prestes a começar,
E então, sem medo,
Colocou sua melhor roupa, seu melhor perfume,
Sua melhor máscara, e correu apressada
Intuída pela vontade de não perder o ônibus;
Agregando-se à poltrona, ficou reflexiva, até melancólica,
Ao lembrar que havia deixado a felicidade em cima
De algum móvel do quarto, empoeirada,
Sem ninguém a limpar.
Ao fim do dia, após tropeços e divagações internas, cansou-se
E decidiu voltar para a cama, onde era acolhida,
Onde tinha algo próximo da felicidade,
Algo confortável ao que ela daria o nome de descanso.