COTIDIANAMENTE INFELIZ

Estava apressada com o dia

prestes a começar,

E então, sem medo,

Colocou sua melhor roupa, seu melhor perfume,

Sua melhor máscara, e correu apressada

Intuída pela vontade de não perder o ônibus;

Agregando-se à poltrona, ficou reflexiva, até melancólica,

Ao lembrar que havia deixado a felicidade em cima

De algum móvel do quarto, empoeirada,

Sem ninguém a limpar.

Ao fim do dia, após tropeços e divagações internas, cansou-se

E decidiu voltar para a cama, onde era acolhida,

Onde tinha algo próximo da felicidade,

Algo confortável ao que ela daria o nome de descanso.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 16/01/2023
Código do texto: T7696142
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