O Tempo E A Poda
O tempo e a poda
Rosas vermelhas, amarelas, azuis
Desbotando nas estufas da agonia
Perdendo pétalas cadentes pelo chão da história
Espinhos que não mais ferem como antes
Por onde andarão as floristas de outrora?
Percebo apenas lábios adormecidos pelo tempo
Bocas secas, inaudiveis
Que em noites de tempestades
Me despertavam para a vida
Hoje repousam pálidas, tremulas, murmosas
Não mais se exibem carmim
Meras lembranças presentes
Seladas na memória da vida
Prostradas em solitários
Aguardando o desabrochar
Para uma nova vida
José Luiz Pires
Poeta Semeador