Mundo Pandêmico
Todos os dias eu rezo
Para que as máscaras nos protejam
Da perversidade desmascarada
Sempre que eu vejo um insano
Com a máscara cobrindo o rabo
O nariz pra fora
E a boca tossindo o que tem dentro
Eu atravesso a rua
E maldigo
Maldigo tanto
Porque todos os dias eu vejo
Os números que crescem
Das pessoas que morrem
De amores que vão
Para o leito de isolamento
Entubam-se
Para que possam respirar
E nunca mais voltam
Quatro mil e não sei quantos
Mas quem se importa?
Em dois mil e vinte e dois
Renovam-se os votos
Esperança-se em dois mil e vinte um
que
A desgraça de dois mil e dezoito
Seja uma parte soterrada
De uma história torpe
Escrita por irresponsáveis
E que seja enfim passado
O vergonhoso e virulento tempo
Todos os dias eu rezo
Para que estejamos acesos
Longe do fim do mundo
E perto do fim do caos
E que o sorriso chegue antes das rugas
Grazi Nervegna
08.04.2021
Todos os dias eu rezo
Para que as máscaras nos protejam
Da perversidade desmascarada
Sempre que eu vejo um insano
Com a máscara cobrindo o rabo
O nariz pra fora
E a boca tossindo o que tem dentro
Eu atravesso a rua
E maldigo
Maldigo tanto
Porque todos os dias eu vejo
Os números que crescem
Das pessoas que morrem
De amores que vão
Para o leito de isolamento
Entubam-se
Para que possam respirar
E nunca mais voltam
Quatro mil e não sei quantos
Mas quem se importa?
Em dois mil e vinte e dois
Renovam-se os votos
Esperança-se em dois mil e vinte um
que
A desgraça de dois mil e dezoito
Seja uma parte soterrada
De uma história torpe
Escrita por irresponsáveis
E que seja enfim passado
O vergonhoso e virulento tempo
Todos os dias eu rezo
Para que estejamos acesos
Longe do fim do mundo
E perto do fim do caos
E que o sorriso chegue antes das rugas
Grazi Nervegna