Prefácio

Prefácio

Hoje acordei manhã calma, serena

Pensando como irei seguir os dias

Não quero ser mais aquela areia amena

Que o mar deposita sua água fria.

Não! Não quero mais ser assim tão calada

Guardando tudo que abate, sem dizer.

Isso faz mal, deixa - me tão cansada.

Sem forças para o destino entender.

Por que se dói algum órgão, eu curo

E, quando dói fundo na alma, seguro;

Faço de conta que não sinto e, no escuro

Da noite, sozinha, vejo o viver obscuro

Sem encontrar o brilho que as estrelas emitem?

Quando me sinto assim, a lua sou.

Que só, muito só se reflete na água

Não por vaidade, sim para saber onde estou,

Se esse lugar é propício pra mágoa

Que o peito ferido não extravasou.

Márcia A Mancebo

07/04/2021