uns mil números
Extra! Extra! Mais umas mortes extras...
morreram mais uns mil números
morreram sem rosto e sem aprumo
morreram sem gosto e cheiro
morreram sem abraço e sem beijo
morreram sem funeral
morreram sem um adeus
morreram um a um iguais
de um tal mal estrangeiro
que já aprendeu a falar português
matando vendedor, matando freguês
matando rico, matando pobre
matando com dor e sem dó