ALMA ENDURECIDA
( all rigth reserved Zilda Alckmin)
Dos seus olhos, lágrimas não mais brotavam
Estavam ressecados pela fumaça
Das chaminés que vinham das fábricas
E dos escapamentos dos carros
Que ultrapassavam os limites de segurança
Não havia mais sorriso nos lábios
Nem havia mais esperança
Era mais um corpo automatizado
De coração endurecido
E cimentado no peito
Sem outro jeito
De manter-se vivo fazendo tic tac
Com alma endurecida
Era só mais um que desistia da vida
E caminhava na contramão
No meio da multidão
De tanta gente esquecida