No escuro não vi o dia
No escuro não vi o dia
Não tinha arroz,
só tinha
farinha.
E os mosquitos
me levaram para
outra avenida.
O vento esquentou
e em um calor
todo o meu corpo
tombou.
A mancha de vinho
que não tocou o
intestino fez surgir
um novo inquilino.
Mas o dia o levou
e tão cedo não
voltou ao que tanto
esperou, mas sem
fé desbotou.
Era um lindo dia
cinza e por sorte,
transmitiu paz, sereno
com uma e uma pintada
de calmaria.
A saudade o consumia
e aos poucos se deu
conta de que eram
todos furtos da mesma
lima.
Ao final estava certo
o som da menininha, que
com sua ausência fez do
chão a sua porta para
outra vida.
Então o tempo o levou a
admirar o sons das
galinhas. Com barulhos
alterados, lembrando sempre
da ausência de uma paz
espremida.
Foi tudo goela abaixo,
tinha pelo, tinha pó e
tinha o gostinho do
cheiro da amargura
de fim de dia.