In memoria(m)
Tem horas, que eu sempre lembro
Tem outras que sempre esqueço
Sou bem assim, desde pequeno!
Endereços? não lembro os nomes
Lembro das casas e não dos donos
Sei dos poetas, não sei dos versos
Fui sempre assim desde o começo
Julgo lembrar, depois eu esqueço
Vivendo aqui, por mero percalço
É desvio na rota, em curto espaço
É papagaio volante, sem cordel
É engano, destino, quiçá cansaço
Um carnaval, chuvada de confetes
Jogada a esmo, ao acaso e esqueço
Como selfie, à toa, que se compraz
Na fátua figura, que logo se desfaz
E ao enxergar o chão, e tudo ao redor
Olho por fim, o céu, e recomeço!
mas há tantas coisas, que não esqueço!
antonio noronha 18