Ansiedade
No habitual e constante tormento
Que normalmente me encontro
Mordo os lábios e me interrogo
Coço a cabeça e me despenteio
com os dedos com que escrevo
obstinado um atormentado verso
desatinado , em inquieto frenesi
Estalo os dedos ao cerrar as mãos
Espreguiço na cadeira de espaldar
De modo a intuir de vez inspiração
meandro de alcançar o pretendido
E inseguro das palavras que virão
cato-as como grãos, num novo arrumo
Depois, leio amasso e jogo no chão
É lixo, degustação, de estranho vinho
Azedo em copo escuro, tragado de supetão
antonio noronha-18