DONA FIDERALINA
O semi árido nordestino
Terra de gente valente
Foi comandada sempre
Por homens coronelatos
Jagunços, cabras e volantes
Assolando à toda instante
A população sofrida
Era tempo de bala
Onde a pólvora não para
De um lado da vitória, alegria
Para o novo líder que assumia
Tristesa na hora da partida
Do inimigo que morria
A mulher sempre à parte
Sem direito a cidadania
Tinha a simples condição
De cuidar das suas crias
Foi nessa situação
Que na beira do Salgado
Surge uma guerreira valente
Vinda das Mangabeiras
Lavrando com suas mãos
Com seus "cabras" ao lado
E o bacamarte carregado
Com muita munição
Se tornando a primeira
A dar ordens no boqueirão
Enfrentando sem medo
Até o terrível Lampião
De dentro da sua sala
De manhã bem cedo
Naquele grande casarão
Comandava um império
Com força e determinação
Levando o assunto a sério
Pra ela não havia perdão
Foi assim desde menina
Trazia no nome a federação
Coisa que representava
Muita luta e ação
Era dona Fideralina
A rainha do sertão
DONA FIDERALINA
FRED COELHO 2019