Soturno

Cercado por cata-ventos

descubro-me num mundo

de sepulturas e trevas.

Um ossário de versos

forma o pano de fundo

na placidez do espaço.

Saquei o número, tudo é uma joça

com porcos, frangalhos, tudo parco.

Em vão, corpos nus numa carroça,

morto sobre mortos em pleno charco.

Permaneci metade do sonho

caindo quando já voava,

queria chegar ao sol, suponho.

O éter é perfume de alfavaca.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 17/01/2019
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