Estação dos frutos
Amo a poesia depois do útero
ao desvendar as pérolas
que turvam a visão
na colheita do absoluto.
A lira traz o calvário de tintas
a se renovar no timbre da mudança
seguindo o desespero do tecelão.
Um visionário a sangrar no acaso
com as mãos vazias de versos
decifra os naufrágios do bardo
por onde os loucos passarão.
Amo a poesia quando o amante
se debruça sobre a fé
depois das insanidades
horizontais.