Estação dos frutos

Amo a poesia depois do útero

ao desvendar as pérolas

que turvam a visão

na colheita do absoluto.

A lira traz o calvário de tintas

a se renovar no timbre da mudança

seguindo o desespero do tecelão.

Um visionário a sangrar no acaso

com as mãos vazias de versos

decifra os naufrágios do bardo

por onde os loucos passarão.

Amo a poesia quando o amante

se debruça sobre a fé

depois das insanidades

horizontais.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 15/01/2019
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