O sopro do êxtase

A arte é distração da vontade

febril na graça da frieza divina.

Olhar a estrela iluminada

não é a luz breve do culto

como a fé define o retiro.

Fez-se o instante do corte

no motivo da madrugada

repentina para a excitação

do louco em busca da foz.

O despertar é o equilíbrio

do trapezista que perdeu

a noção da exuberância.

O voo é o canto da carne

que se entope de visões

no calor da embriaguez.

Viver é encurralar o jogo

extravagante de navalhas

em hospício de memórias.

As repetições são vícios

que iluminam o escuro

entre a cilada e o horror.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 10/01/2019
Reeditado em 10/01/2019
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