O sopro do êxtase
A arte é distração da vontade
febril na graça da frieza divina.
Olhar a estrela iluminada
não é a luz breve do culto
como a fé define o retiro.
Fez-se o instante do corte
no motivo da madrugada
repentina para a excitação
do louco em busca da foz.
O despertar é o equilíbrio
do trapezista que perdeu
a noção da exuberância.
O voo é o canto da carne
que se entope de visões
no calor da embriaguez.
Viver é encurralar o jogo
extravagante de navalhas
em hospício de memórias.
As repetições são vícios
que iluminam o escuro
entre a cilada e o horror.