Confissões monótonas
Os sonhos se foram na retina
precisa do apetite enfadonho.
Sei da época e das infiltrações
imperativas para a diversidade
da anatomia ante a concepção
do vício na inocência do olhar.
Tenho abstrações do passado
entre as vestes de cada cobiça
para a nudez brotar na criação
a flor extinta do interrogatório.
A agonia de florescer no sonho
para tornar-me isento na rima
era a redenção diante do apelo.
Vivi o sonho antes da sedução
tornei-me louco antes de sê-lo
atravessei-me em linhas tortas
a cantar canções sem bandeira
e na via láctea da consagração
dormi sob a tenra luz do fulgor.
Era o segredo do encontro para
seguir por líquidas estações que
não contam aras nem dão ímãs
para o suor das ironias confusas.