Confissões monótonas

Os sonhos se foram na retina

precisa do apetite enfadonho.

Sei da época e das infiltrações

imperativas para a diversidade

da anatomia ante a concepção

do vício na inocência do olhar.

Tenho abstrações do passado

entre as vestes de cada cobiça

para a nudez brotar na criação

a flor extinta do interrogatório.

A agonia de florescer no sonho

para tornar-me isento na rima

era a redenção diante do apelo.

Vivi o sonho antes da sedução

tornei-me louco antes de sê-lo

atravessei-me em linhas tortas

a cantar canções sem bandeira

e na via láctea da consagração

dormi sob a tenra luz do fulgor.

Era o segredo do encontro para

seguir por líquidas estações que

não contam aras nem dão ímãs

para o suor das ironias confusas.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 07/01/2019
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