A maldição da identidade

Quando a tristeza desaba

imensas nuvens sombrias

desnuda-se a íris nervosa

sobre a cruz do tino cruel.

A promessa no bolso do tempo

era a cruz no ventre do horror

na investida da sorte aturdida.

Disseminei a sina do presente

fulminado pelas vias já sem fé

que se foram no calor do clima

ao desbotar as rosas da avidez.

Decepei a cabeça do silêncio

na eterna vontade de flutuar

agarrado nos pelos do sonho

sobre ruas de chamas acesas.

Trazia apenas um único plano:

decorar as pétalas incessantes

no frio da cor para me manter

sob a fé impetuosa da rotação.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 04/01/2019
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