A maldição da identidade
Quando a tristeza desaba
imensas nuvens sombrias
desnuda-se a íris nervosa
sobre a cruz do tino cruel.
A promessa no bolso do tempo
era a cruz no ventre do horror
na investida da sorte aturdida.
Disseminei a sina do presente
fulminado pelas vias já sem fé
que se foram no calor do clima
ao desbotar as rosas da avidez.
Decepei a cabeça do silêncio
na eterna vontade de flutuar
agarrado nos pelos do sonho
sobre ruas de chamas acesas.
Trazia apenas um único plano:
decorar as pétalas incessantes
no frio da cor para me manter
sob a fé impetuosa da rotação.