Iluminâncias
Pudesse ler o futuro
desdenharia da sorte
onde as embarcações
definem todo o destino
no rito de cada missão.
Se lesse a frase no muro
que desvendasse a morte
teria na mão finas garras
com lanças de imbricações
contra toda investida.
Seria cercado por certo
com fios de vidro torcido
nas tranças do puro sisal
com graça de ouro cingido.
Se fosse de pedra o sopro
daria a sentença final
do eminente coveiro
na sua arte completa
sobre o corpo sem saída.
E findando a litania
cobriria o desvario
com toda sina bendita
de asa, pernas e cores.
E lá no fervor do céu
seria apenas estrela
a luzir na íris do azul
o frio do sono veloz.