A luz do observatório
Ha segredos nos lábios do vento
que os temporais desconhecem
como há nas nuvens as digitais
do desafio no raio da convulsão.
Ha signos na pregação do pastor
que o fanático semeia sem Deus
como há na glória do dia o sinal
da cruz para desatinar o futuro.
Para que a impiedade transitória
se a alma da visão ao entardecer
é a melancolia fria da incerteza?
Para isolar os vãos das esquinas
serenas ou incitar os andarilhos
que ardem na procissão da folia?