A luz do observatório

Ha segredos nos lábios do vento

que os temporais desconhecem

como há nas nuvens as digitais

do desafio no raio da convulsão.

Ha signos na pregação do pastor

que o fanático semeia sem Deus

como há na glória do dia o sinal

da cruz para desatinar o futuro.

Para que a impiedade transitória

se a alma da visão ao entardecer

é a melancolia fria da incerteza?

Para isolar os vãos das esquinas

serenas ou incitar os andarilhos

que ardem na procissão da folia?

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 23/12/2018
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