O visionário lírico
Oh Musa de pelos primaveris!
Toque-me o silêncio da pele ansiosa
para o instante nutrir-se na invenção?
Belas são as mãos alongadas
a deitar-me no leito anunciado
pelo fascínio revelado da visão.
Nos olhos, o encanto brilha
como a ternura da índia terena
contemplando a noite singular
para banhar-se no mar de estrelas.
Inteira! Você é a beleza anunciada
sob a difusa luz morena das águas
a queimar-se no fervor da placidez
das ondas perpetuando a quietude.
Bela, unicamente bela é você
onde o vazio fixou-se na íris confusa
com um ar sombrio pelo ser ausente.
Mais atraente que a esperança
foi a súbita perturbação do belo
pela decantação da melancolia
do broto ao encantar-se em flor.